domingo, 25 de abril de 2010

Desculpa Verdadeira

Quantas vezes na vida não usamos as chamadas “Desculpas Verdadeiras”, exemplo do que sempre digo: Ai preciso tanto voltar para academia ou pelo menos começar a caminhar... Mas poxa vida, eu trabalho tão longe, chego tarde em casa e para fazer isso eu vou ter que acordar muito cedo e conseqüentemente ficar mais cansada... Nas entrelinhas: Coitada de mim, se acordar cedo pra malhar vou ficar mais cansada durante o dia... Mas a verdade é se eu quisesse mesmo eu fazia... Esse é um exemplo bem simples das nossas “desculpas verdadeiras” que usamos todos os dias nas nossas vidas em qualquer área, seja ela, profissional, pessoal, amorosa... Enfim quando queremos sempre temos uma boa desculpa para algo que não temos vontade ou coragem de fazer.

Um exemplo típico e clássico na vida amorosa, você gosta de alguém que não necessariamente nutre o mesmo sentimento por você, saí quando ele(a) quer e vive no ritmo da pessoa “amada” para você não sair dessa situação que é péssima, mas você não tem coragem de sair, é muito comum ouvir: Ai , imagina estou saindo com ele mas estou aberta para outras oportunidades ou ai não gosto mais dele, não, mas é obvio que você gosta e se sente um otário (a) por fazer isso , mas é tão difícil, né? Enquanto não houver coragem... As coisas ficam como estão...
Enfim todos nós usamos de “verdades verdadeiras” para camuflar ou culpar alguém pelo que não temos coragem de fazer ou deixar de fazer.

Eu por exemplo, como na minha vida amorosa sempre tomo toco ou me dou mal e ela é caótica (risos) eu sempre digo: Sempre foquei na minha carreira profissional, o que não é mentira, mas obviamente que se tivesse a oportunidade de ter um cara bacana, estaria namorando e arrumaria tempo para ficar com ele e faríamos muitas coisas bacanas juntos... Mas enquanto o príncipe não chega e o conto de fadas não acontece... Vamos trabalhar já que amo o que faço e faço bem... Quem sabe um dia, né? Ele se decide ou aparece um outro que vai me fazer ver borboletas roxas... rsss
Já comecei a eliminar a primeira, voltei a caminhar... Mas como dizem no AA um dia de cada vez...
Só para não perder o hábito mais um texto bonito... Super verdadeiro...

Amores mal resolvidos (Arnaldo Jabor)

Olhe para um lugar onde tenha muita gente: uma praia num domingo de 40º,
uma estação de metrô, a rua principal do centro da cidade. Metade deste
povaréu sofre de Dor de Cotovelo. Alguns trazem dores recentes, outros
trazem uma dor de estimação, mas o certo é que grande parte desses
rostos anônimos tem um Amor Mal resolvido, uma paixão que não se
evaporou completamente, mesmo que já estejam em outra relação. Por que
isso acontece? Tenho uma teoria, ainda que eu seja tudo, menos teórico
no assunto. Acho que as pessoas não gastam seu amor. Isso mesmo. Os
amores que ficam nos assombrando não foram amores consumidos até o fim.
Você sabe, o amor acaba. É mentira dizer que Não. Uns acabam cedo,
outros levam 10 ou 20 anos para terminar, talvez até mais. Mas um dia
acaba e se transforma em outra coisa: lembranças, amizade,parceira,
parentesco, e essa transição não é dolorida se o amor for devorado até
o fim. Dor de Cotovelo é quando o amor é interrompido antes que se
esgote. O amor tem que ser vivenciado. Platonismo funciona em novela,
mas na vida real demanda muita energia sem falar do tempo que ninguém
tem para esperar. E tem que ser vivido em sua totalidade. É preciso
passar por todas etapas:
atração-paixão-amor-convivência-amizade-tédio-fim.
Como já foi dito, este trajeto do amor pode ser percorrido em algumas
semanas ou durar muitos anos, mas é importante que transcorra de ponta
a ponta, senão sobra lugar para fantasias, idealizações, enfim, tudo
aquilo que nos empaca a vida e nos impede de estarmos abertos para
novos amores. Se o amor foi interrompido sem ter atingido o fundo do
pote, ficamos imaginando as múltiplas possibilidades de continuidade,
tudo o que a gente poderia ter dito e não disse, feito e não fez. Gaste
seu amor. Usufrua-o até o fim. Enfrente os bons e maus momentos, passe
por tudo que tiver que passar, não se economize. Sinta todos os sabores
que o amor tem, desde o adocicado do início até o amargo do fim, mas
não saia da história na metade. Amores precisam dar a volta ao redor de
si mesmo, fechando o próprio ciclo. Isso é que libera a gente para ser
feliz novamente.