quinta-feira, 15 de maio de 2008

Vida Simples

Bom, pra variar faz um tempão que não escrevo, mas junte um pouco de preguiça e falta de inspiração e pronto... Lá se foram 3 meses. rsss

Hoje estava fuçando em sites de revistas e li uma reportagem que achei ótima e resolvi compartilhar. A matéria fala de como simplificar a vida e tem alguns depoimentos e dicas de pessoas que mudaram e especialistas dando dicas de como começar a fazer essas pequenas mudanças.

Como alguns sabem mudei de emprego e agora estou trabalhando no Broklin, mas como moro na Zona Leste, se viesse de transporte público já ia chegar cansada, de carro... nossaaaa ia passar horas no trânsito e gastar uma bica com gasolina e estacionamento, bom optei pelo fretado, foi a melhor coisa que fiz, venho dormindo e volto lendo ou dormindo rsss. Claro que se eu viesse de carro teria a comodidade de ir visitar os amigos ou marcar baladinhas ou happy hours com muito mais freqüência e teria a facilidade do carro para voltar para casa, mas percebi que não precisava deixar de fazer nada disso e tenho me virado muito bem. Um exemplo disso foi a última sexta-feira, que resolvemos fazer um happy hour e eu perdi o último fretado que passa pela Berrine por volta de 21h, mas foi tão divertido que eu nem liguei. Por volta de 23h lá estava eu caminhando para a Berrine para pegar qualquer ônibus que me deixasse em qualquer metrô.

Deu tudo certo, apesar de estar uma noite fria e eu ter ido trabalhar com um sapato salto 15, me senti como as meninas do Sexy and City andando de salto pelas ruas de Manhattan rsss. Essa semana também fui encontrar com duas amigas na Vila Madalena e fui de trem e deu tudo certo... Estou aprendendo a ter uma vida mais simples e sem depender tanto do carro. Mas chega de papo e vamos a matéria... Espero que gostem...

Segue o link:
http://vidasimples.abril.uol.com.br/edicoes/066/grandes_temas/conteudo_276271.shtml?pagina=0 para quem quiser ler inteira para quem preferir coloquei um trecho. bjs

Ponto de suficiência


Simplicidade significa eliminar distrações triviais, tanto materiais como imateriais, e focar no essencial o que quer que isso signifique para cada um, afirma Duane Elgin. É aí que está o pulo do gato, a chavinha de ouro. Mas como é difícil decidir o que é essencial! O pior é que, como diz Jorge Mello, um dos maiores divulgadores da simplicidade voluntária no Brasil, essa constatação não é transferível.
Mas, calma, existem alguns caminhos. Vamos começar pelas necessidades básicas. Do que você precisa para viver com dignidade e certo conforto? Casa, roupa, comida, saúde, educação e acesso à cultura certamente estarão na lista. Se essas necessidades estiverem supridas, do que mais você não abriria mão? O Jorge, por exemplo, de presentear pessoas. O Paulo Roberto, de almoçar ao menos uma vez por semana em um restaurante vegetariano de Niterói considerado caro. É essencial para mim, para meu corpo, estar bem, para eu me sentir satisfeito, saciado, diz. São os pequenos luxos a que todos nós temos direitos e que fazem a vida ficar muito melhor.
Em seu livro Dinheiro e Vida, Vicki Robin apresenta um gráfico que relaciona satisfação e dinheiro despendido. O gráfico faz uma curva ascendente, passando pelas necessidades básicas, algum conforto e pequenos luxos (sem exageros), até chegar ao ponto de suficiência quando os luxos passam dos limites, a curva começa a descer, pois a relação entre dinheiro e satisfação já não vale a pena. O ponto de suficiência seria o ideal para quem quer ter uma vida simples, mas longe da privação ou do sofrimento pois isso não tem nada a ver com simplicidade.
Quando aluno de Gandhi, Richard Gregg, o primeiro a falar em simplicidade voluntária, ainda em 1936, disse ao mestre que era fácil para ele abrir mão de muitas coisas, mas que queria manter seus vários livros. Gandhi respondeu: Então, não abra mão deles. Enquanto você obtiver ajuda interior e conforto de qualquer coisa, você deve conservá-la. Se você abrir mão dela num ato de austeridade e sacrifício, continuará querendo-a de volta e esse querer insatisfeito lhe trará problemas. Por isso, não tente eliminar nada de sua vida arbitrariamente. Faça uma lista com os itens que o levariam ao ponto de suficiência, nem mais nem menos. Antes de eliminar qualquer coisa, teste. Será que preciso mesmo do forninho e do microondas? Fique uma semana sem usar um deles e veja o que acontece. Você pode ter boas surpresas.
O arquiteto Max Gosslar teve um carro por três anos. Depois que se mudou para uma região mais central de São Paulo, passou a usar mais o transporte público e vendeu o veículo. Não vou dizer que não reclamo, faz falta, principalmente à noite e nos fins de semana. Mas, em termos financeiros, não valia. Daria um gasto médio de 700 reais por mês, diz Max. Nesse caso, a satisfação não era proporcional ao dinheiro despendido. Bárbara Monteiro sempre usou a bicicleta e, raramente, ônibus e metrô como transporte. Foram 35 anos indo para o trabalho e a faculdade de magrela até que... Comprei um carro na semana passada, nem sei como vai ser quando ele chegar, disse. Bárbara adora viajar nos fins de semana, pois tem necessidade de estar em contato com a natureza. Mas apertava o coração deixar o cachorro e o gato para trás. Queria levá-los, mas era sempre a saia justa de colocar os bichos no carro dos amigos e no ônibus não era nem permitido.
Moral da história: as necessidades mudam porque as pessoas mudam e os contextos mudam. Então, a pergunta a se fazer é: o que é essencial para este singular que sou (não para meu vizinho ou para meu chefe) na minha vida atual? Coloque-se esta questão constantemente e faça as adaptações necessárias. O ponto de suficiência não é estático, é mutante. Existe um critério, mas esse critério é vivo, diz Jorge Mello.


Prazer de viver
A americana Cecile Andrews, autora do livro The Circle of Simplicity (O círculo de simplicidade, sem tradução no Brasil), afirma que temos que gastar nosso tempo com coisas e pessoas que nos dão energia, e não com as que nos tiram energia. Ela cita uma técnica de outro autor, Alan Lakein, que diz que temos de dividir nossas tarefas de acordo com a prioridade em A, B e C. Até aí, nada de novo. O interessante é que ele propõe que, uma vez que você detecte quais são seus Cs aquilo que suga sua energia , você deve deixar de fazêlos pelo máximo de tempo possível. Cecile, por exemplo, descobriu que lavar o carro semanalmente estava na categoria C para ela. Então, passou a adiar a tarefa o quanto pode. Aí, eu vou limpá-lo agradecida por todo o tempo que economizei, diz.
Independentemente da conclusão a que você chegue, não faça mudanças bruscas. Sua vida tem muito setores. Escolha apenas um e comece devagar, para que simplificar a vida não se torne um complicador, diz Jorge Mello. É a partir de mudanças pequenas na casa, no meio de transporte, na alimentação, na relação com os vizinhos que podem surgir grandes transformações. Foi assim com o Jorge, com o Paulo Roberto, com a Elaine. Acredite, eles já enfiaram os pés pelas mãos. O Paulo chegou a se mandar para uma praia deserta, até que uma ponte quebrou na estrada e ele passou a demorar sete horas para chegar até a universidade, onde dava aulas duas vezes por semana. Resultado: voltou correndo para a cidade.
As mudanças precisam ser graduais. Antes de abandonar os cargos administrativos em uma escola e ficar apenas como professora, Cecile Andrews tirou uma espécie de ano sabático, em que ficou apenas lecionando para ver como se sentiria. Há notícias de pessoas que conseguiram negociar redução de carga horária e salário, ou que acumulam a jornada semanal em quatro dias. O artista plástico Cláudio Spínola se dedica quatro horas diárias a fazer pão para vender, o restante de quase toda sua renda vem do aluguel dos quartos sobressalentes em sua casa. Também há aqueles que não reduziram a jornada de trabalho, mas se impuseram um compromisso gostoso como almoçar toda quarta-feira com a filha, aconteça o que acontecer.
Há muitas pequenas atitudes que se podem tomar para simplificar a vida e fortalecer o espírito de comunidade, sem precisar ir para uma ecovila. A bióloga Rita Mendonça se mudou para uma casa maior, assim pôde montar sua empresa na edícula. Contratou uma cozinheira que faz almoço diariamente para ela e sua equipe. Eles fazem um rodízio: periodicamente, uma pessoa vai comprar os mantimentos. Na planilha, todo mundo pode colocar um bocado de coisas de que precisa para a própria casa, para aproveitar a viagem do colega ao mercado. Os legumes e verduras orgânicos são entregues na porta. Nosso almoço é um momento de partilha, de convivência, diz Rita. Outra idéia inspiradora é a dos vizinhos que se revezam para cozinhar. Cada dia um entrega uma marmitinha na casa do outro. Já Cecile Andrews prefere jantar em um café perto de casa assim, encontra pessoas e desfruta do sentimento de comunidade. Em seu livro, conta que, quando ela e o marido resolvem cozinhar em casa, acabam se irritando e que comer fora é mais barato que um divórcio.
Surgidas na Dinamarca e hoje espalhadas pela Europa, América do Norte e Oceania, as cohousings, comunidades em que cada família tem sua casa, mas também compartilha espaços comuns com os vizinhos, podem nos inspirar de várias formas, pois possibilitam uma vida mais sustentável e colaborativa. Um exemplo é o uso comum da caixa de ferramentas ou até de carros e bicicletas.
Se ainda não dá para você compartilhar o carro com o vizinho, pode ao menos emprestá-lo para o irmão, em vez de deixá-lo o dia todo no estacionamento. Isso o ajudaria a entrar no rol dos bons materialistas, aqueles que entenderam que dinheiro é tempo e simplificaram de vez a vida.
PARA SABER MAIS
LIVROSSimplicidade Voluntária,Duane Elgin, CultrixDinheiro e Vida,Joe Dominguez e Vicki Robin, CultrixWalden Ou A Vida nos Bosques,Henry D. Thoreau, Ground
Conheça os sites de simplicidade voluntária

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